Vêneto é uma das maiores regiões produtoras de vinho da Itália, além de ser o lar dos dois vinhos mais conhecidos do país: Soave e Valpolicella. A região se estende desde o Lago de Garda, a oeste, até Veneza, a leste, e vai desde o sopé dos Alpes ao norte até as planícies do Rio Pó ao sul.

A história do vinho do Vêneto está fortemente ligada à atividade mercantil europeia da sua capital Veneza. Com enormes vantagens naturais, debruçada sobre o Adriático e voltada para o Oriente, a República de Veneza desenvolveu um vibrante comércio de mercadorias, principalmente vinho, por todo o Mediterrâneo, através de sua veloz frota de modernos barcos. Tornou-se então a grande potência econômica dessa época, com uma intensa circulação de bens e dinheiro. Durante os séculos XV e XVI, Veneza era o “primeiro grande empório do vinho mediterrâneo”, como nos relata Hugh Johnson em sua obra A História do Vinho.

Outra grande contribuição dos venezianos para a vinicultura aconteceu por volta do ano de 1300, quando resgataram da Síria a antiga arte romana de fabricar vidros transparentes, e a implantaram na ilha de Murano. Assim, já no século XVI, apenas os vinhos de excelente qualidade eram guardados em garrafas, prática que depois se difundiu por toda a Europa.

Foi a partir da década de 1960 que o Vêneto ganhou fama em grandes negócios, quando a região passou a produzir grande quantidade

do vinho branco seco Soave, e dos leves e frutados tintos Valpolicella e Bardolino.

A estrela do Vêneto é um verdadeiro fenômeno internacional conhecido como Amarone della Valpolicella DOCG, vinho elaborado com as típicas uvas tintas Corvina, Rondinella e Molinara (as mesmas do Valpolicella), que passam pelo appassimento , processo em que as uvas são deixadas em esteiras de bambu para secar, concentrando açúcar e compostos aromáticos antes da vinificação. O resultado é um robusto e tânico vinho tinto que chega a 17 graus de álcool.

Já o Prosecco, espumante feito com a uva glera, também ganhou fama por ser o ingrediente principal na elaboração de um dos drinks de maior sucesso em Veneza, o Bellini, cuja receita criada no Harry’s Bar, no início dos anos 30, combina o espumante com purê de pêssegos brancos cultivados na região.

Além das uvas Garganega e Trebbiano, utilizadas para a elaboração de inúmeros vinhos brancos, incluindo o Soave, destacam-se Riesling, Chardonnay e Pinot Grigio. As variedades nativas Corvina, Molinara e Rondinella são as responsáveis pela produção da maioria dos vinhos tintos da região. No centro do Vêneto, as variedades internacionais recebem notório destaque, entre elas Merlot, Pinot Noir, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon.