A Sardegna é a segunda maior ilha do Mediterrâneo, depois da Sicília. É muitas vezes definida como um “micro continente”, devido à sua topografia diversa. Cerca de 68% do território é coberto por colinas e o restante dividido entre montanhas e área de planície. Abriga uma enorme área não habitada, incluindo florestas, penhascos costeiros e uma grande extensão de praias com areia.

Em função de sua posição estratégica no lado ocidental do Mediterrâneo, a ilha sempre foi alvo de conquistadores. E os vinhedos sempre povoaram a paisagem da região desde os tempos mais remotos. Por lá passaram vários povos, começando com os fenícios, que elevaram o patamar da viticultura local, seguidos de romanos, cartaginenses, árabes, godos, até a Sardegna juntar-se ao Reino da Itália em 1861.

Dentre todos os conquistadores, vale realçar a influência espanhola, que por lá reinou por quatro séculos, até 1708, sendo governada por Aragão. E, portanto, não é à toa que há presença marcante de uvas de origem espanhola.

Cerca de 60% dos vinhedos da ilha são dedicados às uvas tintas, sendo a Cannonau a heroína local que ocupa sozinha 30% dos vinhedos da Sardegna, e é chamada de Grenache na França e Garnacha na Espanha.

Além da Cannonau, Cariñena/Carignan e Bobal, também de origem espanhola, e a Cabernet Sauvignon francesa são outras promessas dos vinhos da ilha. Os brancos são igualmente famosos, com destaque ao refrescante e aromático Vermentino di Sardegna.

Apesar de ser considerada uma das mais antigas regiões vinícolas da Itália, lá a produção tradicionalmente é praticada em escala muito pequena, orgulhosamente reservada para familiares e amigos.

A Sardegna é a primeira região mapeada das ‘Blues Zones’ – regiões do mundo onde existe uma superconcentração de pessoas longevas, usufruindo de boa saúde e qualidade de vida. E certamente, as razões são três: estilo de vida, comida, e claro, o vinho!